quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Manual para derrotar divinos



    Quando valentes forem para desafiardes os deuses, meninos, não deixem fugir a memória vossas fraquezas, ao contrário, conheçam a grandiosa habilidade que levas em vós, a mesma que lhes fazem contorcionistas, diminuindo-os para que vos escondam atrás até mesmo de pequenos broquéis. Não é ao topo do mundo que hão de encontrar a vitória, longe disso, desta forma encontrarão apenas o Olimpo, e assim, lutarão na fortaleza adversária. 


    Dispam-se do que lhes parece mais adequado. Vossas couraças só lhe trazem utópica segurança. Não sabem que todos aqueles que ousaram enfrentar os divinos usavam semelhantes vestimentas? Vossos inimigos conhecem todos os pontos fracos de vossas proteções, são óbvias em demasia, pífias como a cigarra que anseia envelhecer cantando. 


    Vossos escudos são pesados fardos, não lhes permitem usufruir da destreza que possuem, ao contrário, engessam a bravura em vossos corpos. Suas falanges são vagarosas e franzinas, é inútil contar com as mesmas. Lembrem-se: Estar incluso, não significa blindar-se. 


    A bênção de um deus, não pode voltar-se contra o mesmo. Importante é recordar que vossas lanças nesta hora, não passam de armas comuns, são meros alfinetes perto da grandeza de um colosso. Prudente é lançarem mão de seus belicosos artefatos, e lutar em nudistas mantas de coragem. A diplomacia ainda é, e perpétua se faz, como a maior arma para derrotar um deus. O reconhecimento de vossas risíveis grandezas, lhes trazem compaixão de quem se agiganta mesmo ante as sombras daqueles que lhes afrontam. É nessa hora que a vergonha se converte em couraça de dragonetes, personalidade em escudos de bronze, e, a sede pelo conhecimento em fulminante cimitarra, capaz até mesmo de enfeitiçar em modo liliputiano, um deus.


(Allen Cristhian - Londrina - 01 de Setembro de 2010)

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